Algumas Considerações Sobre Vinhos

Os Produtos contêm sulfitos?
Sim, todos os Vinhos apresentados contêm Sulfitos (SO²), com algumas excepções ou quantidades mínimas. Nesses casos, a informação é mencionada na página do próprio produto.

 

O Ano/Vintage das imagens dos Produtos não se encontra visível?
As imagens que ilustram cada produto na Hedonissimus são meramente ilustrativas e podem diferir do produto posteriormente entregue, estando estes mesmos produtos também sujeitos a rutura de stock. Na eventualidade das imagens conterem algum ano ou informação especifica, deverá sempre assumir-se o titulo e referência da página web dos produtos em questão e nunca as informações contidas na própria imagem.

 

Antes de beber o vinho, devo cheirá-lo?
Deve-se sempre cheirar o vinho, porque o aroma diz muito sobre a sua origem: se o vinho é jovem tem, sobretudo, o aroma das uvas, naturalmente transformado e intensificado pela fermentação; se passa por madeira de carvalho, esta dá-lhe o aroma a carvalho, que até pode ocultar o das uvas; se envelhece na garrafa, formam-se novas substâncias aromáticas, que originam o bouquet. A maior parte daquilo que chamamos sabor é, na verdade, aroma, razão pela qual cheiramos as coisas antes de as levar à boca e só depois as saboreamos. O olfato também deteta os aromas maus, que são defeitos do vinho, como o “cheiro a rolha”, evitando que seja levado à boca e ofenda o paladar.

 

Os aromas (a flores, frutos, especiarias, erva, bosque, caça, couro, químicos e tantos outros) atribuídos aos vinhos existem mesmo ou são imaginados
Os vinhos são feitos de uvas, nada mais. O que nele encontramos são complexos aromáticos que resultam das características da casta, do modo como foi feito, da idade, do tipo de envelhecimento. E estes estimulam o núcleo olfativo, situado no cimo das nossas fossas nasais, onde chegam através do nariz e da boca (via retronasal) e são comunicados ao cérebro, que os identifica através do seu registo de sensações e aromas, ou memória olfativa de cada pessoa. As características particulares de cada vinho, que podem ser a flores: violeta e flor de laranjeira, a fruta: amora e limão; a frutos secos: avelã e uva passa; a especiarias: baunilha e pimenta; vegetais: feno e relva; animais: caça e o cabedal; minerais: terroso e calcário; queimados: alcatrão; o fumado e muitos outros. Identificá-los é um exercício de memória aliciante.

 

Os vinhos feitos a partir de uma só variedade de uva são melhores do que os que resultam de um lote de várias castas?
A tradição do “velho mundo” é fazer vinhos através da combinação de várias castas, exceto na Borgonha, onde os brancos são de Chardonnay e os tintos de Pinot Noir. Este modelo foi copiado pelo “novo mundo”, onde o nome da casta passou a figurar no rótulo, e o conceito de vinho varietal impôs-se. Têm a virtude de apresentar a casta na sua plenitude. Mas não há castas perfeitas em todas as suas componentes e o vinho de lote permite fazer compensações e retirar de cada uma o melhor que tem para dar. Escolha cada qual à medida do seu gosto.

 

O que é um Porto Vintage?
Vintage é um anglicismo que se refere a colheita. Portanto, o termo Vintage inscrito no rótulo diz respeito a uma data: o ano de colheita. Considerado a joia da coroa dos Vinhos do Porto, o Vintage é feito de uvas de um único ano e obrigatoriamente engarrafado dois a três anos após a vindima, evoluindo em garrafa durante 10 a 50 anos. Não confundir com o Porto Colheita, também de uma só colheita, mas Tawny, envelhecido em madeira por um período mínimo de 7 anos.

 

É verdade que os vinhos precisam de respirar?
Muitas vezes, ao abrir uma garrafa, vem um cheiro desagradável que, passado algum tempo, se dissipa. Outras vezes, nada acontece e os aromas parecem indetectáveis. É por isso que se rodam ou agitam os copos, com o intuito de arejar o vinho e facilitar a libertação dos aromas mais pesados e mais ricos, que são os que precisam de maior contacto com o oxigénio. Arejar os vinhos é fundamental porque eles precisam mesmo de respirar.

 

Se não beber de uma só vez o vinho de uma garrafa, posso guardá-la sem que o vinho se estrague?
Guardá-la, pode e deve, sobretudo se o vinho for bom, mas não por muito tempo, nem à espera de que se mantenha inalterado. O problema está no contacto do vinho com o ar e na quase inevitável oxidação, que ocorre rapidamente e retira qualidades ao vinho. O que é recomendável é que, da próxima vez, tenha à mão um dos vários acessórios disponíveis nas lojas da especialidade, como bomba e rolha para extrair o ar e tapar a garrafa de forma eficaz. Esta solução é particularmente vantajosa com o vinho do Porto, que tende a ficar na garrafa durante mais tempo, por se beber menos de cada vez.

 

O que são os taninos e o que conferem ao vinho?
Nas uvas, os taninos encontram-se principalmente na pelicula, sementes e engaços. Possuem sabor amargo e provocam grande adstringência. Assim como os açúcares da uva, eles também passam por um amadurecimento e, conforme se atinge esta maturidade, perdem agressividade, tornando-se macios e sedosos. Também são responsáveis por dar mais estrutura aos vinhos, além de lhe conferirem mais longevidade. Nas uvas, geralmente, quanto mais grossa a pele, maior a quantidade de taninos a serem extraídos, é o caso da Cabernet Sauvignon, Tannat, Nebbiolo, Baga, Petit Verdot, Sangiovese Grosso por exemplo.

 

O que é um vinho adstringente?
Diz-se adstringente o vinho que provoca uma sensação seca na boca, áspera, encortiçada, sem salivação, com as papilas gustativas contraídas e os lábios repuxados. É, sobretudo, obra dos taninos que são responsáveis pela textura e pela forma como sentimos o vinho na boca. O que se passa é que os taninos inibem a função lubrificante da saliva, por reações químicas.

 

Com os anos, os vinhos ficam melhores?
Depende dos vinhos. Atualmente, os vinhos são feitos, maioritariamente, para serem consumidos jovens. Já os que prometem vir a ser grandes vinhos quando forem velhos não deixarão de agradar enquanto jovens. Estes, normalmente, são vinhos duros e ásperos que precisam mesmo de envelhecer. Deixem que o tempo lhes suavize a textura, expanda os aromas e sabores, componha a harmonia, porque estes, sim, ficam melhores com os anos.

 

É preciso decantar sempre o vinho?
A decantação é necessária para os vinhos com depósito no fundo da garrafa, evitando que não turvem, e útil para outros, como os tintos encorpados e ainda em evolução, com taninos e acidez agressivos, ou certos brancos, para os tornar mais macios, já que o tempo não foi suficiente para o fazer. É preciso ter muito cuidado com os vinhos velhos e delicados, cuja fragilidade aconselha a decantar pouco antes de servir, a fim de preservar o bouquet. Os vinhos do Porto Vintage e L.B.V têm de ser decantados, sobretudo estes, por não serem filtrados. Os Tawny, Madeira e Moscatel dispensam, em regra, a decantação.

 

Um branco tem de ser necessariamente servido em copo pequeno e um tinto num copo grande?
Não é necessariamente assim, mas é a regra, que tem uma explicação simples: os tintos, com aromas mais concentrados, precisam de mais espaço para os libertar, e o mesmo acontece com os brancos de categoria, encorpados, com aroma intenso. Daí o tamanho e a forma tendencialmente bojuda dos copos, que se vai estreitando em direção à abertura, a fim de concentrar os aromas; daí que se rode o vinho no copo; e daí que este não seja cheio, mas só até cerca de um terço. O tamanho e a forma do copo devem permitir a libertação e a concentração dos aromas do vinho para que possam ser apreciados. O copo depende do vinho e do gosto do consumidor.

 

As garrafas de vinho devem ser acondicionadas deitadas?
As garrafas de vinho, sim. As de Vinho do Porto Tawny ou Colheita com indicação de idade e outros vinhos generosos (Madeira, Moscatel, etc), não. Quanto aos espumantes, incluindo naturalmente os champanhes, as opiniões dividem-se, mas os produtores costumam recomendar que as garrafas fiquem deitadas. Tudo isto tem a ver com o perigo da oxidação: com as garrafas deitadas o vinho está em contato permanente com as rolhas, mantendo-as húmidas e intatas; com elas ao alto, as rolhas tendem a secar, tornando-se permeáveis ao ar e permitindo a oxidação do vinho com a consequente degradação da cor, do aroma e do paladar.

 

Posso beber vinho branco com carne e vinho tinto com peixe?
A velha máxima do “tinto com carne e branco com peixe” já não é preto no branco e caiu na galeria dos mitos. Há tintos leves, que vão muito bem com um bom peixe grelhado, e brancos com algum corpo que se harmonizam à maravilha com carne. Fundamental é o equilíbrio: pratos delicados pedem vinhos suaves; pratos com sabores fortes exigem vinhos com personalidade. No entanto nesta matéria deve prevalecer o gosto pessoal.

 

O vinho tinto deve ser sempre servido à temperatura ambiente?
A ideia de servir o vinho tinto à temperatura ambiente é antiga e ainda está generalizada, mas não faz sentido. Há vinhos tintos que devem ser servidos a 14/15°C, os mais leves. Outros a 18/19°C, os mais encorpados, e é neste intervalo que se situa a temperatura recomendada para a generalidade dos tintos, conforme as características específicas de cada um e a estação do ano. Se for preciso arrefecê-lo, nada obsta a que se ponha no frigorífico ou que se recorra ao balde de água com gelo.

 

Quando devo beber um espumante?
Quando quiser, porque há espumantes de estilos diferentes que se adequam a todas as ocasiões ou circunstâncias da vida. Uns, mais elegantes e delicados, são especialmente indicados para beber sós, à conversa, como aperitivo ou mesmo com pratos de peixe não muito pesados; outros, mais estruturados e intensos, acompanham a refeição do princípio ao fim.

 

O vinho branco deve estar muito frio?
Os vinhos brancos querem-se frios, mas não demais, como muitas vezes acontece. Os vinhos brancos mais ricos, se servidos a temperaturas inferiores a 12ºC, fecham-se e perdem algumas das suas características. Em termos gerais, recomendam-se as seguintes temperaturas:
- Espumantes de 6°C a 8°C;
- Brancos jovens e Rosés de 8°C a 10°C;
- Brancos velhos e/ou fermentados em madeira de 12°C a 14°C;
- Tintos jovens e leves, de 14°C a 16°C;
- Tintos robustos de 18°C a 19°C;
- Vinhos generosos de 10°C a 12°C, exceto os Vintage e LBV, que devem ser servidos a 16°C 18°C.

 

O rosé é um vinho para mulheres?
Já lhe chamaram isso e não foi piropo, foi asneira. O vinho rosé é um vinho para apreciadores, como qualquer outro. Basta lembrar que é feito de uvas tintas, a cujo mosto são retiradas as películas com as antocianinas que dão a cor ao vinho, logo que o enólogo encontra o tom pretendido, prosseguindo a vinificação exatamente como a dos vinhos brancos. Reunindo caraterísticas dos tintos e dos brancos, é jovem (em regra, para consumir no primeiro ano), bonito, aromático, fresco, fácil de beber e muito versátil. Para todos.

 

O vinho biológico é melhor do que os outros?
Nem melhor, nem pior, sendo bem feito. Apenas diferente, por ter sido trabalhado, desde a vinha, sem uso de pesticidas ou outras substâncias pouco amigas do ambiente. É um produto diferenciado, natural, mais saudável para o consumo e para o ambiente. Isso explica o êxito que tem vindo a obter desde que começou a ser produzido no início da década de 90, primeiro só por pequenos produtores, agora também por grandes empresas. Em termos de prestígio distinguem-se sobretudo os biodinâmicos, geralmente conotados com alta qualidade. Em prova cega dificilmente se distinguirão os vinhos biológicos dos que são feitos por métodos convencionais.

 

Qual a ordem no serviço de vinho?
Uma regra de ouro do serviço é que os vinhos sempre devem ser servidos por ordem crescente de importância. Salvo exceções, os vinhos brancos são servidos antes dos tintos. Geralmente, começa-se com espumantes e vinhos brancos, depois vêm os roses, os tintos e por fim os doces.